Olá pessoal,
Estou a passeio na região norte do Brasil, especificamente no Pará, e deliciando a culinária paraense.... Uma mistura exótica e muito saborosa.
Resolvi, então, falar um pouco desta culinária tão charmosa!
A Culinária do Pará apresenta como sua maior influência a cultura indígena e, um pouco da portuguesa e africana.
Os ingredientes básicos são oriundos da exuberante natureza da Amazônia, como camarão, caranguejo, marisco, peixe, aves, caça, pato, todos temperados com folhas (maniva, chicória, jambú, coentro), pimentas de cheiro e ervas. São cozidos em panelas de barro ou assados em moquéns e embebidos de tucupi.
O café é substancioso, com paçocas salgadas (de charque com farinha, amendoim, castanha-do-pará ou de caju). A macaxeira ou mandioca doce aparece cozida e em bolos. No almoço, os peixes se destacam à mesa e são preparados moqueados ou embrulhados em folhas de bananeira. O arroz de jambu é acompanhamento de diversos pratos.
Os três pratos mais conhecidos e mais tradicionais do Pará são a maniçoba, o tacacá e o pato no tucupí. As palavras tem a sonoridade tão exótica quanto os seus segredos e sabores. O ingrediente chave dessa gastronomia é a mandioca, da qual se aproveita todas as partes: desde a folha até a raiz.
A maniçoba, por exemplo, pode ser comparada a um tipo de feijoada, em que o porco, o bucho e o toicinho estão embebidos num caldo escuro feito da maniva -- folha venenosa da mandioca que precisa ser cozida durante sete dias para neutralizar o veneno e formar o caldo mais saboroso do que qualquer um feito a partir do feijão.
Para fazer um bom pato no tucupí é preciso dois dias. O pato é temperado e assado à parte, depois é embebido no caldo de cor amarelada e sabor, infelizmente, indescritível.
O tucupí é como se fosse o suco da raiz da mandioca, que fica fermentando por muitos dias ao ar livre e depois precisa ser muito bem fervido para que não cause uma infecção intestinal em quem for saboreá-lo.
Outro caldo famoso que usa o tucupí como base é o tacacá. Servido muito quente, a sopa acompanha o camarão seco, a goma da mandioca (que tem textura de cola caseira) e uma erva muito especial chamada jambú, com propriedade um tanto anestésica -- a língua fica com uma sensação trêmula. Estranho de entender? Mais estranho ainda é imaginar que essa sopa quente, fumegante, é ingerida quase que por tradição no meio da tarde no Pará, a uma temperatura que por volta das 16h está entre 35 e 41 graus.
Ainda se destacam no cardápio da região amazônica peixes como o filhote e o pirarucu, sendo que este pode pesar até 200 kg. Por ser grande, o pirarucu possui diferentes cortes, assim como acontece com a carne bovina. Já o filhote, como o nome sugere, é um peixe novo, de até 20 kg, consumido enquanto sua carne é macia.
O tambaqui também é bastante consumido cozido ou assado. Mas o destaque é a deliciosa costela de tambaqui (espinhas do peixe), assada em brasa.
Há outras iguarias da cozinha do Norte, como o caldo de turu, as sopas de tartaruga e o aviú.
Vale a pena conhecer e experimentar esta rica culinária ...
Bom apetite!!!
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